segunda-feira, 4 de setembro de 2017

A mentira vende?

Recentemente eu entrei numa loja de uma rede de suprimentos na Avenida Paulista e perguntei sobre uma impressora Laser que iria adquirir. O vendedor que me atendeu era muito solicito e esclareceu as minhas dúvidas técnicas. Realmente era o produto que necessitava para a minha casa. O preço era bem convidativo e só faltava um aspecto para fechar negócio. O preço de um toner novo. O vendedor ao me ver comparando o preço do toner novo com o valor da impressora apressadamente me interrompeu e mostrou que a conta que eu devo fazer é o preço de uma impressão que é o resultado do preço do toner pela quantidade impressões. 

Depois que o vendedor insistiu no seu discurso surrado do custo da impressão, eu desisti de explicar que é preciso considerar a depreciação da impressora na conta. E também que o custo que aparece na tabela dele é o custo médio. Ao ser questionado sobre qual é a variabilidade do custo, ele demonstrou total desconhecimento sobre o assunto. Como ele estava mais interessado em vender me enganando do que em oferecer informações corretas, eu desisti da compra naquela loja. O sentimento de ser enganado falou mais alto do que a minha necessidade. Poucos dias depois eu comprei a impressora em outra loja da mesma rede de lojas sem falar com os vendedores.

Algum tempo depois, no dia 30 de agosto de 2017 estava assistindo no canal Sony o programa Shark Tank Brasil e um dos participantes apresentava a sua empresa para os jurados. No caso era um produto alimentício onde os empreendedores afirmaram que o custo de produção unitário era de R$ 6,00 e o preço de venda era de R$ 11,00. E eles fizeram a avaliação do valor do negócio em cima da margem de lucro de R$ 5. Os jurados investidores perguntaram várias vezes sobre a margem lucro.

Depois de várias perguntas e de diversas respostas vagas, os empreendedores finalmente esclareceram que o custo de R$ 6,00 era apenas o custo variável unitário do produto e que os custos fixos seriam pagos pela margem de lucro de cinco reais. É evidente, neste caso, que a margem de lucro não é de R$ 5,00. É também é bastante claro que a avaliação da empresa não pode ser feita com base na falsa margem de lucro de R$ 5,00.

Nenhum dos jurados aceitou investir nesta empresa. A causa da recusa, não foi o produto, pois ele era muito bom. Inexistiu interesse em investimento, porque os empreendedores mentiram e tentaram enganar os jurados. As empresas precisam estar atentas com vendedores mentirosos, porque é a marca dela que fica queimada junto ao cliente. Em alguns casos, o conflito é tão grande e intenso que os clientes viram inimigos da marca.


Eu em particular adquiri, por causa de funcionários mentirosos, ojeriza por duas marcas. Uma é um grande banco internacional e outra é uma grande operadora mundial de telecomunicações. Toda vez que aporto capital em uma empresa, eu exijo que a mesma encerre o seu relacionamento comercial com estas duas marcas. Para os empresários que recebem o meu capital de investimento, não é um grande drama, porque estamos falando de empresas desonestas e incompetentes. Como conclusão final. Claramente a mentira não gera vendas.

2 comentários:

  1. Professor: já que o senhor já tinha informações técnicas e sobre o custo e depreciação do produto, por qual motivo não optou pela compra online?

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    1. A compra na loja física permite a obtenção imediata do bem desejado. é pagar e levar. Eu prefiro pesquisar na internet sobre o produto e comprar na loja física para não ter que esperar pelo prazo de entrega. Preferência pessoal. É claro.

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