quinta-feira, 6 de julho de 2017

Spinner – É possível fazer mais e melhor

O tema do encontro empresarial de junho foi o fenômeno spinner (Febre nos EUA, spinners chegam ao Brasil com preços de R$ 25 até R$ 500, https://jogos.uol.com.br/ultimas-noticias/2017/06/06/o-que-sao-os-spinners.htm, acessado em 06/07/2017). O leitor não deve imaginar que gastamos três horas da nossa vida trocando receitas sobre como jogar. O objetivo da pauta era identificar as razões que nos levaram a ser um importador do produto.

Depois de uma rápida introdução do tema, a minha primeira pergunta ao grupo foi porque os spinners vendidos no Brasil são fabricados na China. Uma rápida enquete com a plateia mostrou que todos os empresários presentes sabem fabricar um spinner e alguns tem ideias bem interessantes para introduzir novidades no brinquedo.

O spinner é um brinquedo antigo cuja a patente está vencida ([Por que a criadora do spinner não enriqueceu com o brinquedo giratório, https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2017/06/16/por-que-a-criadora-do-spinner-nao-enriqueceu-com-a-febre-do-brinquedo.htm], [spinners: como uma patente ignorada se tornou sucesso de vendas mundial, http://www.administradores.com.br/mobile/noticias/entretenimento/fidget-spinners-como-uma-patente-ignorada-se-tornou-sucesso-de-vendas-mundial/119562/], acessado em 06/07/2017) e que não exige tecnologia sofisticada para a sua produção e distribuição.

É um brinquedo vendido com larga margem de lucro em São Paulo e que apresenta elevado volume de vendas. Considerando que existe uma grande ociosidade na indústria nacional e que temos mais de 14 milhões de desempregados (Número de desempregados aumenta 2,6 milhões no primeiro ano de Temer, http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/05/1888928-taxa-de-desemprego-no-brasil-chega-a-136-segundo-ibge.shtml, acessado em 06/07/2017) é difícil entender porque o Brasil não ocupa um lugar de destaque na sua fabricação e venda.

Porque os spinners vendidos no Brasil são produzidos na China era um enigma que muitos empresários não sabiam responder no encontro. Muitos ainda não perceberam que o país já está operando na era do conhecimento. A grande maioria dos adultos acha o spinner um brinquedo sem graça. Ou em outras palavras não gastariam R$ 40 neste produto. Este perfil não é diferente entre os empresários e gestores. Eles não apostaram na fabricação do spinner porque não visualizavam que o produto venderia.

As indústrias nacionais homogeneizaram tanto o perfil da sua mão de obra e concentraram tanto a estrutura de decisão em poucas pessoas que basta que o pequeno grupo de perfil comportamental homogêneo desconheça um assunto para que a empresa tome decisões equivocadas, fique defasada em relação ao mercado e perca oportunidades valiosas que estão disponíveis no mercado.

A falta de diversidade causada por vários preconceitos corporativos como o preconceito contra o cabelo branco ou de gênero ou de aparência fez com que o Brasil perdesse o mercado gigantesco do spinner. São milhões de brinquedos que são vendidos no mundo diariamente.

O caso do spinner mostrou que é preciso encarrar de frente o problema da falta de diversidade da mão de obra no Brasil. O conhecimento está em toda parte e em todas as idades, formas e gêneros. Não é possível continuar acreditando na falácia de alguns poucos iluminados vão conseguir tomar as decisões corporativas de forma correta na era do conhecimento. A China acreditou na diversidade da mão de obra e encontrou um enorme pote de ouro no final do arco-íris do spinner.

As empresas nacionais precisam sair da sua atual zona de conforto de regras envelhecidas e entender que a experiência da mão de obra mais velha permite que a empresa descubra como as pessoas idosas estão usando os produtos e serviços disponíveis no mercado e quais são as suas demandas não atendidas.


É evidente que esta regra vale para todas as faixas de idade. Por isto é tão importante que o perfil da mão de obra não seja monolítico. A diversidade permite que a empresa possa explorar diversas oportunidades que estão pipocando no mercado. Infelizmente o histórico brasileiro não permite que exista otimismo na questão diversidade. Espero estar redondamente errado e que os fatos futuros sejam promissores.

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